8 razões para abandonar os palavrões
Guilherme Martins
Há muitas razões para se abandonar o uso de palavrões.
Usar linguagem polida é uma questão de caridade. Xingatórios e palavrões, para além da brutalidade que demonstram com relação ao próximo, ofendem a Deus.
Os palavrões são como vírus. Espalharam-se praticamente por toda parte: TV, filmes, música, livros e conversas diárias.
Como acontece com todo mau hábito, pode não ser fácil deixá-los.
Oferecemos em seguida oito razões decisivas para se abandonar o mau hábito e parar de xingar[1].
- Homens de verdade não xingam
Homens de verdade sabem que a vulgaridade não é alimento digno para o caráter e a virtude. Portanto, não xingam.
Santa Joana d’Arc, a santa virgem heroína, perseguia com severidade os soldados que xingavam e blasfemavam.
Simon Beaucroix, nobre senhor que a seguiu em várias expedições, declarou no processo de reabilitação da santa:
Ela tinha horror dos palavrões e das blasfêmias, e repreendia com firmeza os que neles incidiam.
- Os xingamentos nos degradam
Uma linguagem chula, recheada de palavrões e maledicências, é algo vulgar, indecente e irreverente. O uso constante de tal linguagem nos rebaixa e mina o respeito mútuo.
Um professor, por exemplo, que utiliza termos assim impróprios em sua aula, demonstra ausência de respeito pelos alunos, falta de auto-controle, e irreverência incompatível com sua posição profissional.
Alguém poderia objetar: “alguns palavrões apenas não vão ferir ninguém, não é mesmo?”.
ERRADO!
Como dizia o autor francês Paul Bourget,
“é preciso vivermos de acordo com aquilo que pensamos; sob pena de, cedo ou tarde, acabarmos por adaptar nossa vida ao novo modo de pensar”[2].
Em outras palavras, quando usamos uma linguagem suja, abrimos a porta de nossa mentalidade para pensamentos sujos e para comportamentos coerentes com eles.
- O palavrão prejudica a civilização
A arte da conversação é um dos mais importantes traços da civilização.
Uma conversa elevada distingue a verdadeira civilização do barbarismo. Quando cada palavra é usada em seu lugar devido, as relações humanas tornam-se cultivadas e elevadas. Não há nada mais inspirador do que uma conversa elevada.
Os palavrões, entretanto, causam grande estrago na boa conversa. Eles atiram as relações humanas à lama da vulgaridade e da banalidade. São, por isso, rudes e brutalizantes.
São Francisco de Sales nos ensina como lidar com alguém de boca suja:
“Mostre-lhe seu desagrado, dando-lhe as costas, ou por qualquer outro método que sua discrição lhe indique”.
- O palavrão nos torna insensíveis
Quanto mais ouvimos palavras chulas, mais nos vamos acostumando a elas.
Quando os filmes começaram a introduzir os palavrões, muitas pessoas não gostaram. Porém, depois de certo tempo, a resistência foi diminuindo.
A rejeição aos xingatórios foi baixando a guarda, e com o passar do tempo o próprio senso de bem e mal foi se apagando.
Sempre que deixamos de rejeitar explicitamente algo que é errado, implicitamente tendemos a aceitá-lo. Em consequência, o inaceitável se torna aceitável. E a barreira da decência desfaz-se mais e mais.
- O palavrão semeia o mal exemplo
Para o bem ou para o mal, o exemplo que damos através de nosso modo de falar é notado e imitado. As palavras que usamos causam um impacto em nossos próximos. Nosso exemplo tem caráter educativo.
As palavras que usamos educam. Estamos constantemente imitando ou sendo imitados. Esse intercâmbio de influência tem ainda maior peso sobre as crianças.
As ‘estrelas’ de Hollywood, ou os youtubers mais ‘badalados’ pela mídia, produzem um fluxo constante de lixo verbal cujo objetivo é louvar e normalizar a linguagem vulgar.
Se queremos reerguer nossa cultura da lama, um bom começo é parar de xingar.
- Os palavrões multiplicam a pobreza verbal e mental
Nossa língua, com mais de 400.000 vocábulos, é incrivelmente rica. Palavras de todo tipo e alcance estão a nossa disposição para nos ajudar a formatar ideias cheias de sentido e propósito.
Nosso vocabulário, porém, está se degradando. Até mesmo nos meios cultos, estudantes universitários usam frequentemente o mesmo palavrão para descrever alegria, raiva, surpresa, acordo ou desacordo.
Como resultado, a fala se torna sem sentido. E a mente – aspecto o mais nobre no homem – se empobrece.
Como diz um ditado irlandês: “Os palavrões são a ignorância tornada audível”.
- A linguagem chula é conatural com o pecado
As paixões desordenadas do homem acolhem satisfeitas a vulgaridade. Indivíduos ímpios, quando confrontados ou desafiados, frequentemente se saem com a mesma resposta: palavrões e insultos vulgares.
Essa é a linguagem dos movimentos que promovem o pecado!
- O palavrão não é agradável a Deus
As Sagradas Escrituras enfrentam com clareza o problema da linguagem obscena e vulgar:
Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado (Mt 12, 36-37).
Lemos no Livro dos Provérbios:
A boca do justo produz sabedoria, mas a língua perversa será arrancada. Os lábios do justo sabem dizer o que é agradável; a boca dos maus, o que é mau (Pr. 10, 31-32).
E o Eclesiástico acrescenta:
Muitos homens morreram a fio de espada, mas não tantos quantos os que pereceram por causa da língua (Eclo. 28,22).
Você quer ajudar outros a abandonar o hábito dos palavrões? Então, compartilhe este post!
[1] Tradução e adaptação deste original.
[2] Frase original: “Il faut vivre comme on pense, sinon, tôt ou tard, on finit par penser comme on a vécu”. Disponível aqui, à página 375.
Sucinto mas lindo texto do Catecismo Romano para meditação neste Santo Natal.
“Assim como mais tarde saiu do Sepulcro fechado e selado; assim como “entrou para junto de Seus Discípulos, apesar das portas fechadas” (Jo 20, 19); assim como, na observação diária da natureza, vemos os raios solares atravessarem um vidro compacto, sem o quebrar, e sem lhe fazer o menor estrago — assim também, e de maneira mais sublime, nasceu Jesus Cristo do seio de Sua Mãe, sem nenhum dano para a integridade materna.”
Catecismo Romano 2ª. Edição
Editora Vozes Ltda. 1962 – pg. 102
Fátima e o Imaculado Coração de Maria
Segundo o calendário tradicional, a festa do Imaculado Coração de Maria é comemorada no dia 22 deste mês. A propósito desta celebração e do Centenário de Fátima, segue um comentário feito por Plinio Corrêa de Oliveira em conferência no dia 5-6-94.
Plínio Correa de Oliveira
Considero uma das partes culminantes das aparições de Fátima as palavras de Nossa Senhora sobre a devoção ao seu Imaculado Coração, ao prometer formalmente o Céu a quem praticá-la. Isso está dito de modo formal na segunda aparição [de 13 de junho de 1917]:
“[Deus] quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono”.
Trata-se de uma promessa categórica feita a Lúcia, Jacinta e Francisco, mas também à humanidade inteira, a nós, a todos aqueles que ao longo dos anos tomassem conhecimento da Mensagem de Fátima: quem abraçar a devoção ao Imaculado Coração Maria, tem a promessa de salvação.
Onde quer que essa mensagem ecoe pela Terra, a promessa está feita. Feita, por exemplo, nesse momento, mais uma vez, a todos que estão tomando conhecimento dela. Que alegria e que júbilo seria se recebêssemos essa promessa sozinhos trancados num quarto. Porém, de modo ainda mais solene, ela é feita publicamente aos filhos de Nossa Senhora.
Mas então, corramos! Vamos desde logo dizer que aceitamos! Ela é quem promete: Se fizerem, Eu darei. Se não fizerem, não quer dizer que Eu não vos quererei; entretanto, mais vos quererei se fizerdes uso, se fordes sequiosos em aproveitar esta promessa do meu Imaculado Coração. Vinde!
Ficaremos indiferentes?! Tantas pessoas tomam atitudes de indiferença a promessas magníficas. Por exemplo, a promessa do Sagrado Coração de Jesus das nove primeiras sextas-feiras do mês; a promessa da Comunhão de reparação dos cinco primeiros sábados; a promessa do escapulário do Carmo, de ser retirado do fogo do Purgatório no primeiro sábado do mês; promessas nas quais Nossa Senhora parece que se empenha em multiplicar os meios de nos atrair para o Céu.
Mas há uma coisa qualquer maldita no homem contemporâneo, pela qual diante das promessas mais magníficas ele se interessa menos do que por uma apólice de um seguro de saúde…
Notem que linda comparação fez a Santíssima Virgem na referida aparição em Fátima: Quem abraçar a devoção ao Imaculado Coração, além da promessa de salvação, “serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono”.
As almas que atenderem, Ela colocará no Céu junto ao trono de Deus, como uma senhora deposita flores no altar junto ao próprio Santíssimo Sacramento. É uma beleza imaginar nossa alma colocada como uma flor junto a Deus no Céu. Haverá algo comparável a isso? Mas as pessoas ouvem falar disso e passam indiferentes.
Plinio Corrêa de Oliveira – Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)
Acreditamos que a maior parte dos que acompanham nosso blog são devotos da SS. Virgem. Um dos maiores desejos de quem se considera filho desta tão boa Mãe é sempre aumentar sua devoção e seu amor a Ela. Em especial aqueles que fizeram sua consagração como “Escravos de Amor” segundo o Tratado da Verdadeira Devoção à SS. Virgem de São Luís Maria G. de Montfort.
A exemplo de um grande devoto Dela, pedimos diariamente a Nossa Senhora que, antes de darmos nosso ultimo suspiro nesta vida, tenhamos chegado à plenitude de devoção e amor que Ela espera de nós. Temos certeza de que esse é também o supremo desejo de Seu Divino Filho.
É com essa intenção que apresentamos este novo livro aos nossos amigos: “A Mãe do Senhor”, livro de autoria de José Patsch. Diz o autor: “Nas páginas que se seguem, tenciono apresentar aos leitores uma imagem de Maria segundo as fontes autenticas, excluindo tudo o que for pura imaginação, tudo o que não for suficientemente documentável”.
O verdadeiro devoto de Nossa Senhora não se satisfaz em ficar somente nos sentimentos e afeições – aliás, mais do que legítimos – mas procura fundamentar em princípios essa devoção, a qual será o seu sustentáculo nas horas de aridez e provação. Segundo nosso parecer, o livro preenche em boa medida esse anseio.
Estamos adiantados na leitura do livro e já nos convencemos ser bastante útil e edificante sua leitura. Dedicamos algum tempo para digitalizá-lo a fim de oferecermos uma boa leitura a todos. Àqueles que tirarem algum proveito dessa publicação, pedimos um “pagamento” de três Ave Marias pelo apostolado de nosso blog. Boa leitura!
Em Jesus e Maria
PS- A pintura acima da SS. Virgem é renascentista, não de nosso inteiro agrado. Publicamos pelo fato de o autor a comentar logo nas primeiras pags. do livro. Pode satisfazer a curiosidade de quem não a conhece.
Missão e privilégios de Maria nos
eternos desígnios de Deus
Deus inefável, cujas vias são a misericórdia e a verdade, cuja vontade é onipotente e cuja sabedoria poderosamente se estende de uma extremidade à outra (do mundo) e tudo governa com doçura (Sab 8, 1), havia previsto desde toda a eternidade a tristíssima ruína que do pecado de Adão derivaria para todo o gênero humano; e nos profundos segredos dum desígnio mantido oculto a todos os séculos, decretou cumprir a primitiva obra da sua bondade com um mistério ainda mais profundo, mediante a Encarnação do Verbo. A fim de que se não perdesse o homem que – contrariamente ao propósito da divina misericórdia – fora levado ao pecado pela astúcia e malícia do demônio, e fosse vantajosamente restaurada no segundo Adão a natureza humana, que iria sucumbir no primeiro.
E assim, desde o princípio e antes dos tempos, elegeu e predestinou, para o seu unigênito Filho, a Mãe da qual Ele, uma vez feito Homem, nasceria na feliz plenitude dos tempos; e tão grande foi o amor de predileção de que a envolveu, acima de todas as demais criaturas, que com a mais afetuosa benevolência nela pôs as suas maiores complacências.
( … ) Em conseqüência, depois de, na humildade e no jejum, ininterruptamente termos apresentado a Deus Pai, por meio de seu Filho, as Nossas orações privadas e as preces públicas da Igreja, a fim de que se dignasse dirigir e fortalecer a Nossa mente com a virtude do Espírito Santo; tendo implorado o auxílio de toda a Corte celeste e invocado com lágrimas o Espírito Paráclito; sob a inspiração do mesmo Espírito para glória da Trindade Santa e Indivisível, para honra e resplendor da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica e aumento da religião cristã, pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e pela Nossa – declaramos, proclamamos e definimos: a doutrina que defende ter sido a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, preservada imune de toda a mancha da culpa original, por singular graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo Salvador do gênero humano, é revelada por Deus, e por isso deve ser acreditada firme e irrevogavelmente por todos os fiéis.
da Igreja; e além disso, incorrem ipso facto nas penas estabelecidas pelo direito se, de viva voz ou
por escrito, ou de qualquer outro modo externo, ousarem manifestar o que pensam.
Sentimentos de esperança e exortação final Os Nossos lábios estão repletos de gozo e a Nossa língua inundada de exultação; e rendemos e sempre renderemos as mais humildes e mais vivas ações de graças a Cristo Jesus Nosso Senhor por, em sua singular benevolência, Nos ter concedido a Nós, apesar de a não merecermos, a graça de prestar e determinar esta honra e esta glória e louvor à sua Mãe Santíssima.
Pois nada temerão, nem desesperarão, se estiverem sob a sua conduta, proteção e defesa; pois o seu coração de Mãe vela pela salvação de todo o gênero humano. Constituída pelo Senhor como Rainha do céu e da terra, e elevada acima de todos os coros dos Anjos e de todas as ordens dos Santos, está à direita de seu Filho unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, a Quem suplica por todos os seus filhos com as suas poderosíssimas preces; e tudo o que ela procura encontra, e não pode ficar inatendida.
Finalmente, para que esta Nossa definição da Conceição Imaculada da Santíssima Virgem Maria possa ser levada ao conhecimento da Igreja universal, estabelecemos que esta Nossa Bula fique como perpétua memória do fato; e ordenamos que às suas transcrições ou cópias, mesmo impressas, subscritas pela mão de algum tabelião público e munidas do selo de pessoa constituída
em dignidade eclesiástica, se preste absolutamente a mesma fé que se prestaria à presente, se fosse exibida ou mostrada.
Ninguém, portanto, se permita infringir, atacar ou contradizer, esta Nossa declaração, proc1amação e definição. E se alguém tiver a ousadia de o fazer, saiba que incorre na indignação de Deus Todo-Poderoso e dos seus Apóstolos Pedro e Paulo.
Dado em Roma, junto de São Pedro, 8 de Dezembro do ano da Encarnação de Nosso Senhor de 1854, nono ano do Nosso pontificado.