AIDS E PRESERVATIVO-2-

Agradecemos o esforço do amigo de nosso blog, Sr. Vladimir Lachance que traduziu o trabalho do Pe. Michel Schooyans que haviamos publicado em espanhol.

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A Aids e o Preservativo*
Por Monsenhor Michel Schooyans, PhD, PhLD, STD

A qualificação moral do uso do preservativo é um problema de honestidade científica e de moral natural. A Igreja tem não somente o direito, mas também o dever de pronunciar-se sobre este tema.

A Aids e o Preservativo

É bem conhecido que algumas pessoas contraíram a AIDS sem ter tido a menor responsabilidade moral. Esta enfermidade pode ter sido transmitida por causa de uma transfusão de sangue, um erro médico ou devido a outros contatos acidentais. Há também membros das equipes médicas que tratam dos soropositivos e que contraem o mal ao dedicar-se a estes [enfermos].
Estes não são os casos que examinaremos aqui. Nos ocuparemos das declarações formuladas nestes últimos anos e emitidas por diversas personalidades conhecidas no mundo acadêmico e/ou eclesiástico, na maioria dos casos moralistas e padres. Os chamaremos ‘dignitários’. Nos absteremos de citá-los pelo nome para evitar personalizar o debate e para concentrar nossa atenção sobre a discussão moral.

Desconcerto e confusão

Referindo-se ao uso do preservativo em caso de AIDS, estas declarações têm semeado uma confusão profunda na opinião pública e na Igreja. Elas costumam vir, com frequência, acompanhadas de palavras surpreendentes relativas à pessoa e à função do Papa, como à autoridade da Igreja. Se encontram também seguidas pelos habituais cadernos de queixas no que diz respeito à moral sexual, ao celibato, à homossexualidade, à ordenação das mulheres, à comunhão dada aos divorciados “recasados” e aos que realizam aborto, etc. Enfim, uma oportunidade como outras para globalizar os problemas…
Estes dignitários têm-se expressado com indubitável complacência dos meios de comunicação voltados ao grande público. Ali se expressaram a favor do uso do preservativo no caso de risco de contaminação do parceiro saudável por AIDS. A Igreja deveria, segundo eles, mudar sua posição a este respeito.
Estas declarações provocam muita confusão na opinião pública; fazem os fiéis duvidar, dividem os sacerdotes, debilitam o episcopado, desacreditam o corpo cardinalício, corroem o magistério da Igreja e enfrentam diretamente ao Santo Padre. Outras [declarações], no presente retiradas ou mortas, haviam já causado revolta nestes domínios. Sem embargo, hoje estas declarações têm causado consternação porque as pessoas esperam maior prudência, rigor moral, teológico – e também no que diz respeito à disciplina – da parte destes dignitários. Influenciados pelas ideias da moda em alguns meios, estes dignitários se esforçam em “justificar” o uso do preservativo armando uma argumentação sustentada na ideia do mal menor ou do duplo efeito.
Um destes dignitários até chegou a fazer do uso do preservativo um dever moral se realmente se quer evitar transgredir ao V mandamento. Com efeito, segundo seu argumento, se uma pessoa infectada com AIDS rechaça praticar a abstinência, deve proteger a sua parceira, e o único meio de fazê-lo, neste caso, é recorrer ao preservativo.
Não obstante, semelhantes declarações sem dúvida causam perplexidade e revelam um conhecimento incompleto e parcial da moral mais natural e em particular da moral cristã. Sua maneira de apresentar as coisas é, no mínimo, surpreendente.

Um problema de moral natural

Palavras reconfortantes, mas mentirosas

A argumentação dos dignitários a respeito do preservativo é de um simplismo inesperado, e com muito gosto recomendaríamos aos interessados que tomassem conhecimento de estudos científicos e clínicos que têm grande rigor antes de repetir continuamente e acreditar nas histórias desmentidas há tempos por qualquer associação de consumidores.
Como silenciar que o efeito de contenção que o preservativo parece ter é amplamente ilusório? É amplamente ilusório na medida em que o preservativo é mecanicamente frágil, em que incita à multiplicação de parceiros, em que favorece a variedade das experiências sexuais e em que, por todas estas razões, aumenta os riscos em lugar de diminuí-los.
A única prevenção realmente eficaz deve ser alcançada pela renúncia aos comportamentos de risco e na fidelidade. Deste ponto de vista, a qualificação moral do uso do preservativo é um problema de honestidade científica e de moral natural. A Igreja tem não somente o direito, mas também o dever de pronunciar-se sobre este tema.

“A falha é a morte segura”

Agora bem, as intervenções dos dignitários evitam mencionar estudos recentes de um valor científico incontestável, como o do Dr. Jacques Suaudeau. À incapacidade de estarem informados dos estudos recentes, os autores poderiam ao menos ter em conta as advertências anteriores, provindas elas também das mais altas autoridades científicas. Em 1996, por exemplo, se lê no informe do professor Henri Lestradet, da Academia Nacional de Medicina (Paris):
“Convém […] destacar que o preservativo foi inicialmente preconizado como meio anticonceptivo. Agora bem, a taxa de fracasso varia na opinião geral entre 5 a 12% por parceira e por ano de utilização. A priori, […] não se entende como o HIV, quinhentas vezes menos volumoso que um espermatozoide, poderia ter uma taxa de fracasso inferior. Não obstante, há uma enorme diferença entre estas duas situações. Com efeito, quando como meio anticonceptivo o preservativo não é perfeitamente eficaz, o fracasso tem como consequência o desenvolvimento de uma nova vida; enquanto que com o HIV, o fracasso é a morte segura.”
Considerando então os casos de soropositivos, o mesmo informe assinala que:
“A única atitude responsável da parte de um homem soropositivo é na realidade abster-se de toda relação sexual, protegida ou não. […] Se então se projeta uma relação estável entre os parceiros, as recomendações deveriam ser as seguintes: fazer, cada um, 1 teste de diagnóstico precoce, repeti-lo três meses mais tarde e neste intervalo abster-se de toda relação sexual (com ou sem preservativo). Logo, privilegiar a fidelidade recíproca.”
Os dignitários, autores das declarações que analisamos, fariam bem em prestar atenção a uma conclusão dramática do estudo médico que citamos:
“A afirmação mil vezes proclamada (pelos responsáveis de saúde, pelo Conselho Superior da AIDS e pelas associações de luta contra a Aids), da segurança total e em todas as circunstancias pelo preservativo, está, sem sombra de dúvida, na origem de muitas contaminações das quais se negam a encontrar a causa.”
Têm sido executadas campanhas internacionais nas sociedades “expostas” a AIDS, para inundá-las de preservativos. Autoridades religiosas foram convidadas para dar seu eminente patrocínio. Agora, apesar destas campanhas, e provavelmente por causa destas campanhas, são regularmente observados progressos da pandemia.
Em julho de 2004, uma das maiores autoridades mundiais em matéria de AIDS, o médico belga Jean-Louis Lamboray, renunciou ao Programa das Nações Unidas contra a AIDS (ONUSIDA). Justificava sua demissão devido ao “fracasso das políticas para frear a propagação desta enfermidade.” Estas políticas têm fracassado porque o “ONUSIDA esqueceu que as verdadeiras medidas preventivas se decidem nas casas das pessoas e não nos escritórios dos experts”. Antes de lançar declarações definitivas, os dignitários poderiam recordar o que declarava um médico muito midiático e pouco suspeito de simpatia pelas posições da Igreja. Aqui está o que escrevia em 1989 o falecido professor Léon Schwartzenberg:
“[…] Sem dúvida, serão principalmente os jovens os propagadores [da Aids]; agora veja, eles não são absolutamente conscientes do drama da Aids, que para eles é uma enfermidade de velhos. Eles são confirmados nesta convicção pela atitude da classe política, muito mais velha que eles e que organiza uma propaganda débil: a publicidade oficial em favor dos preservativos parece ser feita por gente que não os utiliza jamais, e direcionada para gente que não quer utilizá-los”.
Os ouvintes, leitores e telespectadores não podem crer tão ingenuamente nas declarações imprudentes que lhes dirigem os dignitários, sem arriscar-se a, como eles, ver-se acusados cedo ou tarde de estar “na origem de grande número de contaminações”.

Um problema de moral cristã

Ademais, é enganoso afirmar que a Igreja não tem ensinamento oficial sobre a AIDS e o preservativo. Mesmo se o Papa evita sistematicamente utilizar esta última palavra, os problemas morais suscitados pelo uso do preservativo são abordados em todos os grandes ensinamentos relativos às relações conjugais e aos fins do matrimônio. Quando se trata a AIDS e o preservativo à luz da moral católica, há que se recordar e ter presente que esta [moral] comporta pontos essenciais: a união carnal deve ser feita no contexto do matrimônio monogâmico entre homem e mulher; a fidelidade conjugal é o melhor resguardo contra as enfermidades sexualmente transmissíveis e a AIDS; a união conjugal deve estar aberta à vida, ao que deve ser adicionado o respeito à vida do outro.

Cônjuges ou parceiros?

Resulta que a Igreja não tem que pregar uma moral da parceria sexual. Ela deve ensinar e ensina uma moral conjugal e familiar. Ela se dirige aos esposos, aos parceiros unidos sacramentalmente no matrimônio, que é monogâmico e heterossexual. As declarações divulgadas a propósito do preservativo pelos dignitários concernem aos parceiros, os quais mantêm relações pré ou extramatrimoniais, momentâneas ou contínuas, heterossexuais, homossexuais, lésbicas, sodomíticas, etc. Não se vê porque a Igreja e, menos ainda, qualquer dos dignitários investidos de autoridade magisterial, deveriam, sob o risco de escandalizar, vir em auxílio da vadiagem sexual e administrar os pecados daqueles que, na maioria dos casos, burlam completamente, na prática e com frequência na teoria, a moral católica. “Pecai, irmãos, mas de maneira segura!” Em lugar do “Safe Sex” (sexo seguro), eis aqui o “Safe Sin” (pecado seguro)!
A Igreja e seus dignitários não têm – em absoluto – por missão explicar como fazer para que alguém peque confortavelmente. Abusariam de sua autoridade se então se pusessem a prodigalizar conselhos sobre a maneira de praticar um divórcio, já que a Igreja considera que o divórcio é sempre mal. É mesmo endurecer o pecador, isto de ensinar-lhe como ele deveria atuar para escapar das consequências indesejáveis de seu pecado.
De onde a pergunta: é admissível que estes dignitários, normalmente guardiões da doutrina, ocultem as exigências da moral natural e da moral evangélica, e que não lancem mais um chamado para a mudança de comportamento?
É inadmissível e irresponsável que estes dignitários deem sua aprovação à ideia do sexo seguro, utilizada para dar tranquilidade aos usuários do preservativo, enquanto que se sabe que esta expressão é mentirosa e conduz ao abismo. Estes nobres dignitários deveriam, portanto, perguntar-se se eles não incitam somente a desprezar o VI mandamento de Deus, mas também a escarnecer o V mandamento, “Não matarás”. A falsa segurança oferecida pelo preservativo, longe de reduzir os riscos de contaminação, os multiplica. A censura de não honrar o V mandamento se volta contra os mesmos que a dirigiam aos parceiros que não fazem uso do preservativo1.
A argumentação invocada no intento de “justificar” o uso “profilático” do preservativo é assim reduzida a nada, tanto com relação à moral natural como à moral cristã.
Provavelmente teria sido mais simples dizer que se os cônjuges se amam de verdade, e se um deles é atacado pela cólera, pela peste bubônica, ou pela tuberculose pulmonar, se absteriam de contatos para evitar o contágio.

Objetivo: uma nova Revolução Cultural

Um erro de método

No início desta análise, assinalamos que os dignitários que preconizam o preservativo associam frequentemente ao seu discurso outras causas além daquelas das “parcerias” sexuais públicas e organizadas. De fato, utilizam (estas causas) em especial neste caso, para questionar todo o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade humana, sobre o matrimônio – logo sobre a família -, também sobre a sociedade, finalmente sobre a Igreja mesmo. É o que explica em parte a quase total ausência de interesse destes dignitários pelas conclusões científicas e os dados da moral natural. Estas são, sem embargo, as conclusões e os dados que os dignitários deveriam levar em conta no momento de fazer considerações sobre a moral cristã. Eles querem mesmo revolucionar a dogmática cristã, pois se reservam ao direito de apelar a suas próprias opiniões para convocar toda a instituição eclesial a uma reforma suscetível de endossar a moral e a dogmática [do modo que eles a concebem]. Intentam assim participar, em seu âmbito, desta nova revolução cultural que analisamos em outro capítulo deste livro.
Sem embargo, estes dignitários cometeram – desde o ponto de partida – um erro de método, ao desprezar dados essenciais do problema que pretendem tratar, e [por isto] se colocaram num caminho escorregadio. A partir de premissas falsas só se pode chegar a conclusões falsas. É fácil ver para onde conduzem as considerações erráticas dos dignitários implicados. Podemos resumi-las em três sofismas desmontáveis por qualquer estudante secundário.

Três Sofismas

PRIMEIRO SOFISMA
Maior: Não utilizar o preservativo favorece a Aids.
Menor: Favorecer a Aids é favorecer a morte.
Conclusão: Portanto, não utilizar o preservativo é favorecer a morte.
Comentário: Este raciocínio retorcido se baseia na idéia de que proteger-se é utilizar o preservativo. Os parceiros sexuais podem ser vários. A fidelidade nem sequer é considerada. Supostos irresistíveis os impulsos sexuais e impossível a fidelidade conjugal, o único meio para não contrair a Aids é fazer uso do preservativo.

SEGUNDO SOFISMA
Maior: O preservativo é a única proteção contra a Aids.
Menor: A Igreja é contra o preservativo.
Conclusão: Portanto, a Igreja favorece a Aids.
Comentário: Este pseudo-silogismo se baseia numa asserção abusiva enunciada na Maior, a saber, que o preservativo é a única proteção contra a Aids. Estamos em presença de uma petição de princípio1. Aqui se trata de um raciocínio falaz, onde a primeira premissa sendo apresentada como incontestável, escusado será dizer que o resto também é. Se afirma como verdadeiro o que deveria ser demonstrado, a saber que o preservativo é a única proteção contra a Aids.

UM CASO DE PSEUDO-POLILOGISMO
Aqui finalmente um exemplo de pseudo-polilogismo, um artifício sofístico, o qual os dignitários poderiam estudar:
Maior: A Igreja é contra o preservativo;
Menor: O preservativo evita a gravidez indesejada;
Conclusão/Maior: Portanto, a Igreja favorece a gravidez indesejada;
Menor: A gravidez indesejada se evita pelo aborto;
Conclusão: Logo, a Igreja favorece o aborto.
Comentário: Em resumo, a renovação da moral e da eclesiologia cristã não tem nada a esperar da exploração pérfida dos enfermos e de sua morte.

* Tudo aquilo que está entre [colchetes] foi introduzido pelo tradutor para melhor compreensão em língua portuguesa.
1 – O autor se refere a um dos dignitários mencionados no início do texto que defende a tese de que o uso do preservativo é um dever moral se realmente se quer evitar transgredir ao V mandamento nos casos de AIDS.
2 – Petição de Princípio: Do latim “petitio principii”; é uma falácia que ocorre quando a proposição a ser provada (conclusão) se inclui implícita ou explicitamente entre as premissas.

AIDS E PRESERVATIVO

Entre as diversas declarações estampadas no livro-entrevista “Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, uma em especial – que trata da liceidade do uso do preservativo – tem causado certo alvoroço nos meios católicos. Erros de tradução, de transmissão ou de interpretação? A discussão permanece.

Para esclarecer as mentes, nada melhor do que rememorar a verdadeira doutrina católica sobre o assunto, proclamada e proposta aos fiéis desde sempre por todos os Sumos Pontífices. Assim fazendo, dissipam-se as trevas – campo, aliás, em que costumam trabalhar os aliados de Satanás.

Com esse objetivo, reproduzimos em nosso blog um trecho do livro “O terrorismo com face humana”, de autoria do Monsenhor Michel Schooyans, professor emérito da Universidade de Louvain, Bélgica. Dispomos apenas de uma versão em espanhol de tal trecho, cujo original foi escrito em francês. Caso alguém se disponha a traduzi-lo para o português, publicaremos de bom grado.

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VERSION EN CASTELLANO.

Autor: Michel Schooyans, PhD, PhLD, STD

El sida y el preservativo

La calificación moral del uso del preservativo es un problema de honestidad científica y de moral natural. La Iglesia tiene no solamente el derecho, sino también el deber de pronunciarse sobre este tema

El sida y el preservativo

Es bien conocido que algunas personas se enfermaron de sida sin haber tenido la menor responsabilidad moral. Esta enfermedad puede haber sido transmitida a causa de una transfusión sanguínea, un error médico o de contactos accidentales. Hay también miembros del personal tratante que contraen el mal al dedicarse a los enfermos seropositivos.

Estos no son los casos que examinaremos aquí. Nos ocuparemos de las declaraciones formuladas estos últimos años y emitidas por diversas personalidades conocidas en el mundo académico y/o eclesiástico, en la mayoría de los casos moralistas y pastores. Los llamaremos dignatarios. Nos abstendremos de citarlos por el nombre para evitar personalizar el debate y para concentrar nuestra atención sobre la discusión moral.

Desconcierto y confusión

Refiriéndose al recurso al preservativo en caso de sida, estas declaraciones han sembrado un profundo desconcierto en la opinión pública y en la Iglesia. Ellas vienen con frecuencia acompañadas de palabras sorprendentes relativas a la persona y la función del Papa, al igual que a la autoridad de la Iglesia. Se encuentran también seguidas por los habituales cuadernos de reclamos con respecto a la moral sexual, al celibato, a la homosexualidad, a la ordenación de las mujeres, de la comunión dada a los divorciados vueltos a casar y a los que realizan abortos, etc. Una ocasión como otra para globalizar los problemas…

Estos dignatarios se han expresado con una indudable complacencia en los medios de difusión al gran público. Allí se expresaron a favor del uso del preservativo en caso de riesgo de contaminación por sida de la pareja sana. La Iglesia debería, según ellos, cambiar su posición a este respecto.

Estas declaraciones provocan mucha confusión en la opinión pública ; hacen dudar a los fieles, dividen a los sacerdotes, debilitan al episcopado, desacreditan al cuerpo cardenalicio, corroen el magisterio de la Iglesia y enfrentan directamente al Santo Padre. Otras, al presente retiradas o muertas, habían ya causado la revuelta en estos dominios. Sin embargo, hoy estas declaraciones han causado consternación, porque la gente espera mayor prudencia, rigor moral, teológico y disciplinario de la parte de estos dignatarios. Influenciados por las ideas a la moda en algunos medios, estos dignatarios se esfuerzan en “justificar” el uso del preservativo armando una argumentación con cosas para todo uso como el mal menor o el doble efecto.

Uno de estos dignatarios hasta llegó a hacer del uso del preservativo un deber moral si se quiere evitar transgredir el V mandamiento. En efecto, según su argumento, si una persona afectada de sida rechaza practicar la abstinencia, debe proteger a su pareja y el único medio de hacerlo, en ese caso, es recurrir al preservativo.

No obstante, semejantes declaraciones sin duda causan perplejidad y revelan un conocimiento incompleto y parcial de la moral más natural y en particular de la moral cristiana. Su manera de presentar las cosas es, como mínimo, sorprendente.

Un problema de moral natural

Palabras reconfortantes pero mentirosas

La argumentación de los dignatarios con respecto al preservativo es de un simplismo inesperado, y recomendaríamos con gusto a los interesados tomar conocimiento de estudios científicos y clínicos que tienen gran rigor antes que repetir continuamente y creer los cuentos desmentidos desde hace tiempo por cualquier asociación de consumidores.

¿Cómo callar que el efecto de contención que parece tener el preservativo es ampliamente ilusorio? Lo es en la medida en que el llamado preservativo es mecánicamente frágil, en que incita a la multiplicación de las parejas, en que favorece la variedad de las experiencias sexuales y en que por todas estas razones aumenta los riesgos en lugar de disminuirlos.

La única prevención realmente eficaz , debe buscarse en la renuncia a los comportamientos de riesgo y en la fidelidad. Desde este punto de vista, la calificación moral del uso del preservativo es un problema de honestidad científica y de moral natural. La Iglesia tiene no solamente el derecho, sino también el deber de pronunciarse sobre este tema.

“El fallo, es la muerte segura”

Ahora bien, las intervenciones de los dignatarios omiten mencionar estudios recientes de un valor científico incontestable, como el del Dr. Jacques Suaudeau. A falta de estar informados de los estudios recientes, los autores podrían al menos tener en cuenta las advertencias anteriores, emanadas ellas también de las más altas autoridades científicas. En 1996, por ejemplo, se lee en el informe del Profesor Henri Lestradet, de la Academia nacional de Medicina (Paris) :

“Conviene […] destacar que el preservativo fue inicialmente preconizado como medio anticonceptivo. Ahora bien, la tasa de fracaso varia en la opinión general entre 5 a 12 % por pareja y por año de utilización.A priori, […] no se entiende cómo el HIV quinientas veces menos voluminoso que un espermatozoide se beneficiaría de una tasa de fracaso inferior. No obstante hay una enorme diferencia entre estas dos situaciones. En efecto, cuando como medio anticonceptivo el preservativo no es perfectamente eficaz, el fracaso tiene como consecuencia el desarrollo de una nueva vida mientras que con el HIV, el fracaso es la muerte segura.”

Considerando a continuación los casos seropositivos, el mismo informe señala que

“La única actitud responsable de la parte de un hombre seropositivo es en realidad de abstenerse de toda relación sexual, protegida o no. […] Si se proyecta una relación estable de pareja, las recomendaciones deberían ser las siguientes : hacer cada uno un test de diagnóstico precoz, repetirlo tres meses más tarde y en el intervalo abstenerse de toda relación sexual (con o sin preservativo). Luego privilegiar la fidelidad recíproca.”

Los dignatarios, autores de las declaraciones que analizamos, harían bien en prestar atención a una conclusión dramática del estudio médico que citamos :

“La afirmación mil veces proclamada (por los responsables de la salud, el Consejo superior del Sida y las asociaciones de lucha contra el sida) de la seguridad total aportada en todas circunstancias por el preservativo está sin ninguna duda en el origen de muchas contaminaciones de las cuales se niega encontrar la causa.”

Se han llevado a cabo campañas internacionales en las sociedades “expuestas” para inundarlas de preservativos. Fueron invitadas autoridades religiosas para dar su eminente patrocinio. Ahora bien, a pesar de estas compañas, y probablemente a causa de estas campañas, son regularmente observados progresos de la pandemia.

En julio de 2004, una de las mayores autoridades mundiales en materia de Sida, el médico belga Jean-Louis Lamboray, renunció al Programa de las Naciones Unidas contra el Sida (ONUSIDA). Motivaba su dimisión por “el fracaso de las políticas para frenar la propagación de esta enfermedad.” Estas políticas han fracasado porque “ONUSIDA olvidó que las verdaderas medidas preventivas se deciden en las casas de la gente y no en el escritorio de los expertos”.

Antes de lanzar declaraciones perentorias, los dignatarios podrían recordar lo que declaraba un medico muy mediático y poco sospechoso de simpatías por las posiciones de la Iglesia. He aquí lo que escribía en 1989 el difunto Profesor León Schwartzenberg :

“Son, sin duda, principalmente los jóvenes quienes serán los propagadores [del sida] ; ahora bien, ellos no son absolutamente conscientes del drama del sida, que para ellos es una enfermedad de viejos. Ellos son reafirmados en esta convicción por la actitud de la clase política, mucho más vieja que ellos y que organiza una propaganda débil : la publicidad oficial por los preservativos parece ser hecha por gente que no los utiliza jamás, para gente que no quiere utilizarlos.”

Los oyentes, lectores y telespectadores no pueden por tanto creer ingenuamente las declaraciones imprudentes que les dirigen los dignatarios, sin arriesgarse a, como ellos, verse acusados tarde o temprano de estar “en el origen de gran número de contaminaciones.”

Un problema de moral cristiana

Además es engañoso afirmar que la Iglesia no tiene enseñanza oficial sobre el sida y el preservativo. Incluso si el Papa evita sistemáticamente utilizar esta última palabra, los problemas morales suscitados por el uso del preservativo son abordados en todas las grandes enseñanzas relativas a las relaciones conyugales y los fines del matrimonio. Cuando se trata el sida y el preservativo a la luz de la moral cristiana, hay que tener presente que recordar ésta comporta puntos esenciales: la unión carnal debe hacerse en el marco del matrimonio monogámico del hombre y de la mujer ; la fidelidad conyugal es el mejor resguardo contra las enfermedades sexualmente transmisibles y el sida ; la unión conyugal debe estar abierta a la vida, a lo que hay que agregar el respeto a la vida del otro.

¿Cónyuges o parejas?

Resulta que la Iglesia no tiene que predicar una moral de la pareja sexual. Ella debe enseñar y enseña una moral conyugal y familiar. Ella se dirige a los esposos, a las parejas unidas sacramentalmente en el matrimonio, que es monogámico y heterosexual. Las declaraciones divulgadas a propósito del preservativo por los dignatarios conciernen parejas, las cuales mantienen relaciones pre o extramatrimoniales, episódicas o continuas, heterosexuales, homosexuales, lesbianas, sodomíticas, etc. No se ve por qué la Iglesia y, menos, cualquiera de los dignatarios investidos de autoridad magisterial, deberían, a riesgo de escandalizar, venir en auxilio del vagabundeo sexual y administrar los pecados de aquellos que, en la mayoría de los casos, se burlan completamente, en la práctica y con frecuencia en forma teórica, de la moral cristiana. “¡Pecad, hermanos, pero de manera segura!” ¡Luego del “Safe Sex” (Sexo seguro), he aquí el “Safe Sin” (Pecado seguro)!

La Iglesia y sus dignatarios no tienen en absoluto por misión explicar cómo hacer para pecar confortablemente. Abusarían de su autoridad si se pusieran a prodigar consejos sobre la manera de terminar un divorcio, ya que la Iglesia considera que el divorcio está siempre mal. Es incluso endurecer al pecador, el mostrarle cómo él debería actuar para escapar de las consecuencias indeseables de su pecado.

De donde la pregunta: ¿es admisible que estos dignatarios, normalmente guardianes de la doctrina, oculten las exigencias de la moral natural y de la moral evangélica, y que no lancen más bien una llamada a un cambio de conducta?

Es inadmisible e irresponsable que estos dignatarios den su aprobación a la idea del sexo seguro, utilizada para dar tranquilidad a los usuarios del preservativo, mientras que se sabe que esta expresión es mentirosa y conduce al abismo. Estos distinguidos dignatarios deberían, por tanto, preguntarse si ellos no incitan solamente a despreciar el VI mandamiento de Dios, sino también a escarnecer el V mandamiento, “No matarás”. La falsa seguridad ofrecida por el preservativo, lejos de reducir los riesgos de contaminación, los multiplica. El reproche de no honrar el V mandamiento se vuelve contra los mismos que lo dirigían a las “parejas” que no hacen uso del preservativo.

La argumentación invocada para intentar “justificar” el uso “profiláctico” del preservativo es así reducida a nada, tanto con relación a la moral natural como a la moral cristiana.

Probablemente hubiese sido más simple decir que si los cónyuges se aman de verdad, y si uno es atacado por el cólera, la peste bubónica, o la tuberculosis pulmonar, se abstendrán de contactos para evitar el contagio.

Objetivo : una nueva revolución cultural

Un error de método

Al comienzo de este análisis, señalábamos que los dignatarios que preconizan el preservativo asocian frecuentemente a su discurso otras causas que aquellas de las “parejas” sexuales previsoras y organizadas. De hecho, se cita en especial ese caso, para cuestionar toda la enseñanza de la Iglesia sobre la sexualidad humana, sobre el matrimonio, luego sobre la familia, también sobre la sociedad, finalmente sobre la Iglesia misma. Es lo que explica en parte la ausencia casi total de interés de estos dignatarios por las conclusiones científicas y los datos de la moral natural. Estos son, sin embargo, las conclusiones y los datos, que los dignatarios deberían tomar en cuenta a la hora de hacer consideraciones sobre la moral cristiana. Ellos quieren incluso revolucionar la dogmática cristiana, pues se reservan el derecho de apelar a sus opiniones para convocar a toda la institución eclesial a una reforma susceptible de avalar su moral y su dogmática. Intentan así participar, en su ámbito, de esta nueva revolución cultural que analizamos en otro capítulo de este libro.

Sin embargo, como estos dignatarios cometieron, desde el punto de partida, un error de método, al despreciar datos esenciales del problema que pretenden tratar, se introducen en un camino resbaladizo. A partir de premisas falsas, sólo se puede llegar a conclusiones falsas. Es fácil ver donde conducen las consideraciones erráticas de los dignatarios implicados. Se las puede resumir en tres sofismas desmontables por cualquier estudiante secundario.

Tres sofismas

Primer sofisma:

Mayor : No utilizar el preservativo favorece el sida.

Menor: Favorecer el sida , es favorecer la muerte.

Conclusión: Por tanto, no utilizar el preservativo es favorecer la muerte.

Este razonamiento retorcido se basa en la idea que protegerse, es utilizar el preservativo. Las parejas sexuales pueden ser varias. La fidelidad ni siquiera es considerada. Supuestos irresistibles los impulsos sexuales e imposible la fidelidad conyugal, el único medio para no contraer el sida es hacer uso del preservativo.

Segundo sofisma:

Mayor: El preservativo es la única protección contra el sida.

Menor: La Iglesia está contra el preservativo.

Conclusión: Por tanto, la Iglesia favorece el sida.

Este pseudosilogismo se basa en una aserción abusiva enunciada en la mayor, a saber que el preservativo es la única protección contra el sida. Estamos en presencia de una petición de principio. Aquí se trata de un razonamiento falaz donde, la primera premisa siendo presentada como incontestable, va de suyo que el resto también lo es. Se afirma como verdadero lo que debería ser demostrado, a saber que el preservativo es la única protección contra el sida.

Un caso de polisilogismo

Aquí finalmente un ejemplo de seudopolisilogismo, un sorites sofístico, el cual los dignatarios podrían estudiar:

Mayor: La Iglesia está contra el preservativo;

Menor: El preservativo evita los embarazos no deseados;

Conclusión/Mayor: Por tanto la Iglesia favorece los embarazos no deseados.

Menor: Los embarazos no deseados se evitan por el aborto;

Conclusión: Por tanto, la Iglesia favorece el aborto.

En resumen, la renovación de la moral y de la eclesiología cristianas no tiene nada que esperar de la explotación pérfida de los enfermos y de su muerte.

Importantíssimo: Papa Bento XVI acaba de pronunciar discurso sobre a situação política brasileira

Importantíssimo: Papa Bento XVI acaba de pronunciar discurso sobre a situação política brasileira
“Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia(…)”

Hoje às 7 horas da manhã (horário de Brasília) o Papa Bento XVI recebeu em Roma os bispos da Regional Nordeste 5 (Bispos do Maranhão) e tratou da defesa da vida e do dever dos bispos de, sempre que necessário, se pronunciarem sobre eleições.

O que nos enche de alento é que o Sumo Pontífice – sem mencionar nomes – atacou projetos de direitos humanos (leia-se PNDH-3) que ferem o direito fundamental à vida:

Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38).

Outro trecho importante:

Em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. Gaudium et Spes, 75).

E também:

Ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo. (cf. Evangelium vitæ, 82).

Por fim, o Papa considera a questão dos símbolos religiosos:

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara (…)?

Leia abaixo a íntegra do discurso:

Amados Irmãos no Episcopado,
Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf.Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38).

Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Fonte: http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/26281.php?index=26281&lang=po (Os grifos são nossos).